quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Robô Atlas, da Boston Dynamics, abusa de acrobacias em circuito de parkour

 

Karam Asad

Fonte: canaltech.com.br

Em: 27/10/2021

 A Boston Dynamics colocou no ar mais um vídeo do desenvolvimento do Atlas, seu robô humanoide que faz parkour. Na demonstração da vez, a máquina faz mais manobras, sofre com quedas e mostra que os frutos de sua evolução constante em um vídeo de bastidores.

bostondynamics.com



Nas imagens, os funcionários da companhia falam sobre o motivo que fez o parkour futurístico ser um importante elemento para a evolução do Atlas. “Parkour é uma atividade de organização útil para a nossa equipe, pois destaca vários desafios que acreditamos serem importantes”, explica o líder do time de desenvolvimento Scott Kuindersma.

Ao colocar o Atlas em uma pista de obstáculos complexa, a Boston Dynamics põe à prova toda a capacidade do robô de lidar com objetivos de longo prazo (alcançar o destino) e de curto prazo (calcular os passos, medir força e manter o equilíbrio). Enquanto nos vídeos anteriores o humanoide fazia apenas uma manobra por vez, na publicação mais recente uma linha inteira de obstáculos diferentes é superada sem pausas — com direito a um “salto mortal” para finalizar.

Visualmente, o Atlas é o mesmo robô carismático de sempre e ainda tem um andar ligeiramente desengonçado. Ainda assim, seu interior mudou, o que possibilita movimentos mais suaves e correções de movimento mais precisas. Na prática, quem assiste ao vídeo verá a máquina com manobras bem mais precisas, ágeis e propositalmente imperfeitas.

 

O Atlas agora "enxerga"

Percepção” é o ponto mais importante do Atlas para a superação do percurso. Anteriormente, o robô dependia de movimentos pré-programados em boa parte e por isso suas ações eram bem limitadas. Agora, o humanoide conta com uma câmera logo no topo de seu corpo e, junto com sensores de profundidade, consegue “enxergar” os obstáculos com precisão, quase como um humano faria.

“Isso faz com que os engenheiros não tenham mais que pré-programar os motores de pulo para cada uma das plataformas e lacunas que o robô pode encontrar. Em vez disso, a equipe cria menos modelos de comportamento que podem ser combinados com o ambiente e executados online”, pontua a empresa em um blog oficial.

O Atlas cai várias vezes e o processo de desenvolvimento pode ser frustrante, admite a equipe. A jornada de aprendizado do robô se assemelha à de um atleta iniciante na prática de parkour — talvez até com mais ousadia. Ele tenta passar por obstáculos, faz cálculos errados e falha, daí tenta de novo até conseguir. A repetição leva à perfeição, enquanto os mecânicos da equipe fazem os reparos na lataria.

Contudo, até as quedas acrescentam informações importantes para o progresso do Atlas. Um dos líderes do projeto, Benjamin Stephens conta que as frustrações colaboram no desenvolvimento de robôs que “podem sobreviver a uma queda e depois se levantar para fazer tudo de novo”.

Trabalho em conjunto

No vídeo, a Boston Dynamics mostra que o apoio de várias equipes é necessário para finalmente colocar o Atlas para jogo. Uma equipe de software prepara o que seria a inteligência do robô, o grupo de hardware dá corpo ao projeto, técnicos e mecânicos cuidam da manutenção da máquina, e os integrantes da parte operacional tomam conta da pista de obstáculos e detalhes relacionados.

bostondynamics.com


Para complementar, há também uma demonstração completa do Atlas passando (com sucesso) pelos obstáculos. Neste caso, não há nenhuma queda ou falha, somente o espetáculo que é a evolução do projeto graças aos esforços da Boston Dynamics. Vale a pena assistir se você estiver curioso.

Os polêmicos 'robôs policiais' que vigiam cidadãos em Singapura

Máquinas emitem avisos contra quem se envolve em comportamentos sociais indesejáveis; elas foram testadas durante três semanas em setembro.

Karam Asad
Fonte: g1.com.br
Em: 09/09/2021

Singapura ganha robôs policiais para reforçar a segurança. Fumou em área proibida? Estacionou a bicicleta indevidamente? Violou as regras de distanciamento social implementadas por causa da pandemia de coronavírus?

Se você mora em Singapura, no sudeste asiático, você pode estar sendo observado por um robô-patrulha que emite aviso contra quem se envolve em "comportamentos sociais indesejáveis".

Máquinas emitem avisos contra quem se envolve em 'comportamentos sociais indesejáveis
g1.com.br


Trata-se da mais recente arma incorporada ao arsenal de tecnologia de vigilância da cidade-estado, onde a população é rigidamente controlada. Um exemplo famoso em todo o mundo é a restrição às gomas de mascar. Quem for flagrado jogando chiclete na rua ou carregando grandes quantidades do produto pode ser multado em até mil dólares (cerca de R$ 5,5 mil). Os robôs-patrulha, por enquanto, estão sendo apenas testados, mas já alimentam preocupações com a privacidade.

Singapura se tornou um exemplo mundial de vigilância, com várias ferramentas para rastrear seus habitantes, de câmeras de segurança a postes de luz equipados com tecnologia de reconhecimento facial.

O teste foi feito durante três semanas no mês passado. Os robôs, apelidados de 'Xavier', foram enviados para patrulhar um conjunto habitacional e um shopping center. 

Robô foi colocado em centro com movimentação intensa de pedestres
g1.com.br

As máquinas são dotadas de sete câmeras e alertam a população quando detectam "comportamentos sociais indesejáveis". Isso inclui fumar em áreas proibidas, estacionar bicicletas indevidamente e violar as regras de distanciamento social. Durante uma patrulha recente, um dos robôs entrou em um conjunto habitacional e parou em frente a um grupo de moradores idosos assistindo a uma partida de xadrez.

"Por favor, mantenha uma distância de um metro, por favor, mantenha cinco pessoas por grupo", alertou uma voz robótica, enquanto uma câmera em cima da máquina apontava seu olhar para eles.

 

Liberdades individuais

As autoridades de Singapura defendem uma visão de "nação inteligente" hiper eficiente e voltada para a tecnologia, mas ativistas dizem que a privacidade está sendo sacrificada e as pessoas têm pouco controle sobre o que acontece com seus dados.

Singapura é frequentemente criticada por restringir as liberdades civis e sua população está acostumada a controles rígidos, mas ainda há um desconforto crescente com tecnologias invasivas.

A ativista de direitos digitais Lee Yi Ting lembra que os dispositivos são apenas a forma mais recente de vigilância no país.

"Tudo isso aumenta a sensação de que as pessoas em Singapura devem ser muito mais cuidadosas com o que dizem e fazem do que em outros países", disse ela em entrevista à agência de notícias AFP.

Mas o governo defendeu o uso de robôs, dizendo que eles não estavam sendo usados​​ para identificar ou tomar medidas contra os infratores durante o período de testes, e que eram necessários para lidar com uma crise de trabalho conforme a população do país envelhece.

"A força de trabalho está realmente diminuindo", disse Ong Ka Hing, da agência governamental que desenvolveu os robôs 'Xavier', acrescentando que eles poderiam ajudar a reduzir o número de policiais necessários para patrulhas a pé.

A ilha de cerca de 5,5 milhões de habitantes tem 90 mil câmeras de vigilância, um número que deve dobrar até 2030, e tecnologia de reconhecimento facial — que ajuda as autoridades a identificar rostos na multidão — pode ser instalada em postes de luz em toda a cidade.

Houve uma rara reação pública neste ano, quando as autoridades admitiram que os dados de rastreamento de coronavírus coletados por um sistema oficial foram acessados pela polícia. Posteriormente, o governo aprovou uma legislação para limitar seu uso.

Mas os críticos dizem que as leis da cidade-estado geralmente impõem poucas limitações à vigilância do governo, e os cingapurianos têm pouco controle sobre o que acontece com os dados coletados.

"Não há restrições de privacidade sobre o que o governo pode ou não pode fazer", disse Indulekshmi Rajeswari, advogado de proteção de dados de Singapura que agora mora na Alemanha.

Cão-robô armado com rifle parece coisa da ficção, mas já existe no mundo real

 

Karam Asad
Fonte: canaltech.com.br
Em: 17/11/2021

Lembra do episódio "Metalhead" da série Black Mirror, com aqueles cães-robôs caçando os humanos sobreviventes em um futuro distópico? Parece que a ficção está começando a virar realidade. Uma imagem compartilhada no Twitter pelo fabricante de robôs militares Ghost Robotics é, no mínimo, perturbadora.

No post publicado recentemente é possível ver um cão-robô quadrúpede com um rifle automático — usado por franco-atiradores — amarrado nas costas com a seguinte legenda: “Mantendo nossas equipes de operações especiais armadas com a mais recente inovação em letalidade”.

canaltech.com.br


A inovação, no caso, é chamada Rifle de Uso Especial Não Tripulado (SPUR, na sigla em inglês). O sistema conta com uma arma Creedmoor de 6,6 milímetros de alta precisão, utilizada por atiradores de elite no campo de batalha para atingir alvos móveis e estáticos em longas distâncias.

SPUR

O cão robótico fez sua estreia no salão de exposições da convenção anual da Associação do Exército dos EUA, realizada no país norte-americano. A “atração” foi apresentada como o primeiro sistema não tripulado equipado com uma arma letal de longo alcance.

 

Segundo a Ghost Robotics, o SPUR pode ser instruído remotamente por um operador humano para limpar o cano, carregar a munição e proteger a arma. O rifle já vem equipado com um silenciador instalado na parte frontal, fazendo com que os oponentes tenham dificuldade para determinar de onde o tiro partiu.

“Nosso cão-robô é capaz de disparar com precisão a uma distância de até 1.200 metros. Este sistema não tripulado também apresenta capacidades de estabilização impressionantes como resultado de seu design quadrúpede e dos vários sensores integrados que ajudam na mobilidade”, afirma o CEO da Ghost Robotics Jiren Parikh.

Inteligência artificial

Até agora, a Ghost Robotics não entrou em detalhes sobre o cérebro cibernético que equipa o SPUR, nem sobre o nível de autonomia que o cão-robô possui em situações de tomada de decisão. Tudo que se sabe é que ele opera com um sistema de inteligência artificial (IA) capaz de identificar possíveis ameaças.

SPUR pode ser controlado à distância
canaltech.com.br

A empresa não deixa claro se o ro vai apenas detectar e travar potenciais inimigos, enquanto espera o comando de um operador humano para começar a atirar, ou se a máquina terá capacidade para efetuar os disparos sem a necessidade da aprovação de um controlador.

Seja qual for a resposta, a simples imagem de um robô armado levanta sérias questões éticas sobre o papel das máquinas usadas por forças de segurança. Um comentário no post da Ghost Robotics mostra que a preocupação é real: “Isso é triste. Em que mundo isso é uma boa ideia?

Robô Atlas, da Boston Dynamics, abusa de acrobacias em circuito de parkour

  Karam Asad Fonte: canaltech.com.br Em: 27/10/2021   A Boston Dynamics colocou no ar mais um vídeo do desenvolvimento do Atlas , seu r...